Capítulo 154
Aurora Dourada: Retorno by Ricardo Almeida
CapÃtulo 154
Isabella encostou-se despreocupadamente a uma árvore, falando com
tranquilidade:âNem a própria mãe dela se intrometeu. Deixa as irmãs resolverem entre
si.â
Ao ouvir isso, Raul Fonseca retrucou: âMas você acabou de dar uma ajudinha, não foi? Pelo jeito, você achava que a EmÃlia Cardoso ia ganhar, por isso ficou tão tranquila assistindo ao espetáculo?â
Ema Rios sabia que precisava deixar a filha desabafar e ela mesma tinha que fazer isso⦠Caso contrário, se ela se segurasse por muito tempo acabaria se machucando.
Acostumada a uma vida de luxo, Mônica era meiga e sem muita força, ao contrário de EmÃlia Cardoso, que carregava inúmeros litros de água para o escritório ao longo dos
anosâ¦
Rapidamente, EmÃlia Cardoso ganhou a vantagem, montando em cima de Mônica e batendo nela:âHoje você vai se ajoelhar, ou eu continuo batendo até você fazer isso! Vai se ajoelhar ou não?â
âPara com isso, paraâ¦â Mônica cobriu o rosto inchado como o de um porco, seu vestido de festa já estava rasgado, expondo mais do que devia, enquanto ela tentava se cobrir apressadamente,âEmÃlia Cardoso, por favor, não bata maisâ¦â
EmÃlia Cardoso parou quando viu que Mônica estava com medo.
No final, Mônica, com uma mão protegendo o vestido de festa na frente, ajoelhou-se desolada no chão. Sob o olhar de EmÃlia Cardoso, curvou-se em respeito ao tio falecido.â Embora sua testa não tivesse tocado o chão, a intenção estava lá.
âPosso ir agora?â ela perguntou.
âVocê ainda não disse onde errou!â
Apesar de não estar convencida, Mônica sabia que ela mesma não era páreo para eles e admitiu com relutância:âEu não deveria ter jogado lixo no túmulo do meu tio e muito menos trazido gente para nos intimidar⦠Você me bateu com tanta força, eu posso ir ver um médico ? Todos os lados do meu corpo dóiâ¦â
Quando chegasse em casa, com certeza contaria aos pais para que eles pudessem ver o que tinham feito!
âVocê ainda não pediu desculpas à minha mãe. Ela é uma anciã, é sua tia, e você me intimidou, mas também a intimidou e a humilhou!â EmÃlia Cardoso ainda estava indignada.
âDesculpa, tia, eu estava errada.â
Ema Rios sabia que o pedido de desculpas não era sincero, virou o rosto, sem responder.
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âSuma daqui-â EmÃlia Cardoso não queria mais ver aquela pessoa.
Mônica, segurando o vestido, saiu correndo seguida por seus sete ou oito guarda-costas. Fortão e Cabeção chutaram EmÃlia Cardoso antes de sair.
âBom trabalho, você melhorouâ, disse Isabella com um sorriso de aprovação.âEla não é a garota frágil que costumava ser.â
âDiretora Isabella, agradeço por hoje⦠Ainda bem que vocês vieram, caso contrário, a situação poderia ter sido muito pior.â
EmÃlia Cardoso ajudou a mãe a se levantar,âDeixe-me apresentar, esta é minha mãe, Ema Rios. Mãe, esta é minha chefe, Diretora Isabella, e este é Raul.â
âObrigada pela ajuda de vocês hojeâ¦â Ema Rios fez uma reverência profunda, muito gratal pela intervenção deles.
âE esse machucadoâ¦â Isabella notou uma ferida no cotovelo de Ema Rios.
Ema Rios rapidamente a cobriu com a mão,âAh, não é nada, foi só um arranhão.â
âDói, mãe?â EmÃlia Cardoso olhou para ela com preocupação.âEstá sangrando tanto, vamos ao hospital?â
âEu gostaria de cuidar do túmulo primeiroâ¦â O olhar de Ema Rios se fixou na lápi manchada com tinta vermelha, muito evidente, e não eram apenas o chão em fre túmulo e os arbustos ao redor que haviam sido poupados das manchas de tinta.
âProvavelmente não sairáâ¦â EmÃlia Cardoso suspirou.âVamos substituir por uma nov lápide para o pai. Mônica deve estar a caminho de casa para contar tudo. Melhor irmos embora antes que a situação fique perigosa.â
EmÃlia Cardoso sabia bem como era a Ãndole de Mônica, que nunca passara por necessidades. Hoje, tendo sido humilhada publicamente, com certeza buscaria vingança.
âDeixa que eu levo vocês pro hospital,â disse Isabella, ao perceber que não só Ema Rios estava machucada, mas EmÃlia Cardoso também.
âNão precisa, temos o remédio em casa. Um curativo e tudo ficará bemâ, respondeu Ema Rios, que sempre relutava em incomodar os outros, e falou com Isabella de maneira gentil e educada: âVamos pegar o ônibus daqui a pouco.â
Sabendo que elas queriam economizar, Isabella falou com uma voz suave,â A gente também não tem nada pra fazer, podemos levar vocês.â
âAh? Eu⦠Nós alugamos uma casa na Vila Harmonia.â
Vila Harmonia era um bairro um tanto quanto deteriorado, composto por pequenos apartamentos de 27 a 38 metros quadrados.
Capitulo 154
âRaul Fonseca, para a Vila Harmonia, por favor.â
âCerto.â
Dez minutos depois.
O carro parou na entrada do bairro Vila Harmonia, e Ema Rios insistiu para que eles subissem e tomassem um chá.
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Raul Fonseca olhou para o relógio e acenou para Isabella, indicando que ainda tinham tempo.
âA casa da tia é pequena, espero que não se importeâ¦â Ema Rios disse conduzindo Isabella pelo braço com a mão que não estava machucada, âVocê e Heitor nos ajudaram muito e não temos nada a oferecer como agradecimento. Que tal subir para tomar um chá quente? Fique à vontadeâ¦â
âà isso aÃ, diretora Isabella, relaxa e sobe com a gente! E o Raul Fonseca, vem também?â
Quando EmÃlia Cardoso o convidou, Raul Fonseca olhou esperançoso para Isabella, que assentiu com a cabeça e os acompanhou escada acima.
âConseguiu o cargo de diretor tão jovem, Célio? Realmente, é um prodigioâ¦â
âMãe, nossa diretora Isabella é demais, tem um conhecimento profundo em design! Todos os desenhos que passam pela orientação dela sobem de nÃvel imediatamente!â
âSério? Então você deve aprender bastante com a diretora Isabella.â
âPode me chamar de Isabella.â
Ao entrar, Raul Fonseca percebeu como a casa era pequena; a sala era minúscula.
à esquerda havia dois pequenos quartos, no meio um banheiro, à direita uma pequena cozinha e uma mesa de jantar completavam a casa de mãe e filha.
âPor enquanto só podemos alugar um lugar como esteâ¦â Ema Rios disse com um sorriso enquanto pegava os chinelos para eles e preparava o chá.
âTia, não precisa se preocupar,â Isabella pediu que EmÃlia Cardoso pegasse o kit de primeiros socorros para cuidar das feridas, que era mais urgente.
Rapidamente, Ema Rios serviu duas xÃcaras de chá quente.
âTia, deixa eu ver o seu machucado.â Isabella viu que o cotovelo de Ema Rios estava esfolado, a pele tinha arranhado no chão e ainda havia areia na feridaâ¦
Ela cuidou do machucado com cuidado, e Ema Rios ficou surpresa,âVocê sabe fazer curativo?â
A técnica de Isabella era muito habilidosa, nada inferior a uma enfermeira profissional.
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Isabella respondeu com simplicidade, âVi algo parecido na internet e imitei.â
Ema Rios sabia que Isabella estava sendo modesta e ficou ainda mais impressionada
com elá.
EmÃlia Cardoso estava desinfetando e medicando seu próprio cotovelo, mas a cada toque do algodão, ela franzia a testa de dor.
âDeixa que eu faço.â Raul Fonseca pegou o algodão e cuidadosamente tratou o machucado,âSe doer, me avise.â
âHumâ¦â EmÃlia Cardoso observou-o aplicar o medicamento com atenção e agradeceu,âObrigada!â
Depois de cuidar do ferimento, Isabella guardou suas coisas no lugar de sempre.âOlha, essa Mônica não é flor que se cheire, vocês deveriam considerar mudar de lugar.â
EmÃlia Cardoso já tinha pensado nisso,âmas⦠no momento, não há nenhum apartamento de dois quartos mais em conta que este.â
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